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Time Gap (11’) - Atraso, intervalo, espaço. O que o espaço contém de tempo na duração do instantâneo da imagem? Como retratar o tempo retirando-lhe o caráter documental que a imagem sempre produz? A imagem num cinema contemporâneo, não referencial, não é imitação das coisas, mas um intervalo produzido de forma a exibir a natureza mesma da linguagem cinematográfica ao falar sobre o tempo cinema. Time Gap aborda o nascimento da imagem, retomando o negativo fílmico como pele de inscrição para expor e tentar exaurir suas possibilidades de esgarçamento através da tecnologia digital. O filme foi realizado em Detroit, berço da indústria automobilística, cidade ícone do capitalismo americano e que hoje se encontra em profunda decadência.

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Viva la revolución (12’) - Em pleno cenário de um fascismo superalimentado pelo capitalismo obsceno, democracias respiram por aparelhos e cada vez mais incapazes nos sentimos para elaborarmos respostas a problemas de tal alcance e importância. Diante dos estímulos hiperativos das conexões online e das situações pandêmicas que exigem isolamento social, cada vez menos temos a capacidade de  realmente nos conectarmos para enfrentarmos os desafios que nos são impostos. Uma rede mais anestésica do que propositiva  nos desafia apenas a driblar continuamente as publicidades espalhadas em nossas páginas e sites de relacionamento. Em meio a este caos e falência do sistema capitalista, uma ilha no Caribe vive talvez seus últimos dias de alheamento relativo deste terror das mídias que apenas impulsionam o consumo, à revelia da vida humana e da justiça social. Em Cuba ainda sobrevive a revolução, muito embora também agonize e careça de um plano de comunicação e trocas afetivas e democráticas mais amplas e próximas da população para que houvesse, assim, maior possibilidade crítica e analítica do que seria abdicar deste estado de afastamento do mundo capitalista e assim, por consenso mais amplo, haver uma conscientização maior dos efeitos positivos e negativos do sistema político atual na ilha de Fidel. São camadas de vida e história potente e vibrátil que nos contaminam, e que se sobrepõem numa paisagem de cultura viva e pulsante, uma certa mistura de ruína e esperança que nos faz ainda querer gritar Viva la Revolución!!!

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No Justice, No Peace (10’) - O acúmulo de imagens de violência que nos chega durante a pandemia é responsável pelo bloqueio do desejo, da vontade, da persistência de uma resiliência que já está exaurida de forças. Neste trabalho, a partir da repercussão mundial do assassinato de George Floyd, utilizamos uma imagem icônica sobre as manifestações nos EUA que expressa o movimento de revolta e a necessidade de luta contra o atual sistema.  NO JUSTICE NO PEACE é, para nós, um  modo de nos irmanarmos na luta e brado contra o fascismo racista e genocida que assola o mundo, um exorcismo das imagens de violência e assassinatos praticados por uma sociedade em que impera o capital sobre o direito à vida.

Desenho de som: Rodrigo Ramos

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